segunda-feira, 11 de maio de 2015

Continuamos a adaptação às adversidades do presente, incapazes de agir pensando o futuro!


Todos os Países já passaram por isso, uns mais do que outros, mas todos em alguns momentos foram forçados a equilibrar as contas do Estado.

 E quando isso acontece prevalece a tentação imediatista e menos eficiente de aumentar impostos ao contrário de agir pensando no futuro, diminuindo as despesas. E neste gigante de dimensão continental onde tudo leva o seu tempo a acontecer é necessário caminhar tão rápido quanto possível para o equilíbrio das contas públicas,única via para a recuperação do crescimento económico através da expansão do investimento, consumo e exportações, prosseguindo a inclusão social. O ajuste fiscal é uma necessidade e o ministro Joaquim Levy e a sua equipe continuam a fazer por merecer o seu “estado de graça” quer no âmbito interno quer junto das instituições económicas e agentes financeiros internacionais.

Enquanto isso de um modo geral, o momento do mercado imobiliário é de redução nos lançamentos das grandes construtoras, preocupadas com o aumento dos distratos e consequentemente dos “estoques”. No decorrer deste mês, a Caixa Económica Federal que representa 70% do mercado de crédito imobiliário voltou a aumentar a taxa de juro dos financiamentos enquadrados no S.F.H. (Sistema Financeiro da Habitação). Sinalizando pretensões governamentais a instituição estabeleceu como prioridade e foco da sua actividade, o financiamento da compra de imóveis novos enquadrados no programa “Minha Casa Minha Vida” utilizando recursos do F.G.T.S. (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Já em Janeiro a Caixa havia aumentado os juros dos financiamentos com recurso à poupança para suster a demanda e o esgotamento dos fundos daí provenientes. Esta é a principal questão que hoje se coloca decorrente da drástica redução dos recursos disponíveis, em função do crescimento da sua aplicação na concessão de crédito imobiliário nos últimos anos e da fuga dos investidores à caderneta de poupança. Em recente entrevista, Octavio Lazari Júnior, presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança afirmava: “A caderneta só tem mais um ano, no máximo, de fôlego para financiar o crédito imobiliário. Isso considerando o sistema como um todo. Na Caixa, esses recursos já se esgotaram”.

Novos instrumentos de “funding” como LCI (Letras de Crédito Imobiliário), CRI´s Certificados de Recebíveis Imobiliários) e LIG´s (Letras Imobiliárias Garantidas) poderão desempenhar um importante papel no futuro complementando os recursos da poupança e do FGTS. Os operadores do mercado também reagiram com preocupação à redução dos limites de financiamento para imóveis usados. Embora parca em declarações e explicações, a Caixa Económica Federal mantém para este ano a expectativa de atingir resultados semelhantes a 2014 em concessão de crédito imobiliário, cerca de 130 bilhões de reais e mantém a programação do evento “Feirão da Casa Própria” a realizar no próximo mês nas principais capitais estaduais. Por aqui no Ceará, nos segmentos de imóveis populares e até 200 mil reais, a demanda mantém-se particularmente activa, a oferta vai-se ajustando e espera-se que os fundos de poupança e FGTS possam corresponder ao discurso dos decisores e à expectativas dos compradores de imóveis.

Em Portugal um dos assuntos do momento é a queda das taxas de juro de referência, Euribor, para valores negativos, o que acontece pela primeira vez desde que foram criadas. Em Abril, o efeito da taxa negativa a 1 mês já se fez sentir e em Julho espera-se que uma Euribor a 3 meses negativa, possa beneficiar mais de 650 mil famílias com a redução da sua prestação de Crédito a Habitação.

Contrariando as pretensões das instituições financeiras, o Banco de Portugal decidiu que estas vão ter de reflectir essas taxas negativas na prestação mensal de Crédito à Habitação bem como em todas as prestações de contratos de crédito a particulares e empresas. Também de acordo com os principais operadores, o mercado imobiliário continua a reagir bem aos incentivos e a recuperar. As medidas de curto prazo como “golden visa” e autorizações de residência não habituais, a correcção em baixa dos preços de venda dos imóveis nos últimos anos, conduziram a um aumento da demanda internacional e do número de imóveis vendidos.

E depois de esgotarmos o “estoque” vendável de imóveis quais as nossas vantagens competitivas face a outros destinos de investimento imobiliário? E depois de décadas de asfixia do mercado de arrendamento em que a prioridade dos decisores parecia ter-se voltado para o incentivo ao arrendamento residencial? E depois de décadas de ausência de uma política nacional de reabilitação do edificado e de requalificação urbana?
Continuamos sem capacidade de definição estratégica.
Será que nos 2 lados do oceano continuaremos condenados a reagir por incapacidade de agir pensando o futuro?

in "Casa Sapo" a 29.04.2015

Um comentário:



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